eles virão buscar-vos brevemente...

segunda-feira, 11 de abril de 2011

faceoff. 04/2011

Dou por mim às vezes a pensar que chega a ser ridículo apercebermo-nos de que todos temos dois lados profundamente opostos ou pelo menos à primeira vista incompatíveis. Dou por mim num dia tendo discussões acerca de política ou arte, para no dia seguinte falar de futebol e do Modern Warfare (sim, o único no qual ponho letra maiúscula). A mesma coisa quando penso no valor independente do indivíduo, embora eu próprio seja comunista ou finalmente como por detrás da minha assumida dependência pela lógica, acabo por admitir acreditar no que a maioria das pessoas pensa como "destino". Sim, acredito. Não pelas grandes coisas, os grandes acontecimentos, momentos marcantes; pelo contrário. Ontem, quis comer juntamente com uma taça de morangos, um pouco de chantilly. Tinha no frigorífico uma daquelas latas altas que me ofereceram há uns tempos na rua para propagandear a marca. Já ontem sabia que o prazo de validade já estava há muito expirado, mas podia ser que o produto ainda tivesse as suas qualidades intrínsecas intactas. Mal tirei a tampa, reparei nos vestígios de bolor acoplados às paredes, mas quando olhei para a ponta da lata, no orifício de saída, assustei-me com a crosta negra espessa e compacta que se tinha formado lá. Meramente por motivos lúdicos :p, decidi ainda assim carregar no botão. E qual não foi o meu espanto quando o chantilly saiu branquinho de dentro da lata. Toquei com o meu dedo na substância e levei-a à boca. Parecia óptimo. Depois olhei para a data de validade. Dizia 13/09. Depois de me rir interiormente pensei para comigo: "Isto de certeza que está estragado" e deitei a lata fora. Quem por ventura ler isto sem fazer ideia desta data, pode acreditar que era algo importante para mim até há pouco tempo. Existe um destino, mas nunca faremos ideia do porquê destas coincidências.

2 comentários:

  1. Eu só venho a este blog dizer que os textos são maricas.

    A minha missão está concluida.

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  2. blhé, mais valia teres ficado imóvel das mãos.

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