eles virão buscar-vos brevemente...

quarta-feira, 6 de abril de 2011

num dia, um louco alegre. 04/2011

Já tentei proporcionar aos meus abstractos leitores uma espécie de distorção de ocorrências mediáticas do quotidiano, de certa forma resultando sempre não num artigo de opinião, mas numa clara divagação para fora dos trâmites dos referentes e para dentro da minha pseudo intelectualidade assumidamente barata e mais que isso inútil. Restava-me portanto quedar-me pelos pequenos artigos enigmáticos, que poupariam não só o meu tempo e dos leitores, mas o espaço de leitura do meu ainda lutador blogue. Se há algo que nunca farei é separar uns dos outros. Que a tristeza coabite com a alegria, a profundidade com a superficialidade, esse é o meu lema. Porque o apocalipse é feito dos dois, de altos e baixos, liberdade e de limitação. Têm dúvidas? Como não saberão vocês que me lêem que o fim dos dias está mais próximo do que se espera? Desastres naturais, profecias antigas, guerras desnecessárias...quanto tempo mais poderá o armagedão ser adiado quando há guerras que são criadas como se compra pastilhas elásticas num quiosque, porque se tem um "sweet tooth". A tristeza é que a actual guerra na Líbia é claramente a mais ridícula guerra mediatizada a que assisti. Se é legítima? Não mais nem menos que todas as outras. Mas é mais uma guerra sem combates, com avanços e recuos e jogos de artilharia, em que aparentemente a maioria dos mortos é civil e vítima de bombardeamentos azarados. Se a realidade fosse aquilo que se vê na televisão, diria que um segmento expressivo da humanidade enlouqueceu; que nesse mundo não há respeito, não há palavra, não há honra, não há já sequer instinto de sobrevivência. Está tudo com vontade de morrer, no mundo da televisão. E morre-se precisamente pela liberdade, apesar de não se falar de mortes na linha da frente, pelo menos naquelas que se esperaria de uma guerra civil.
Generalizando a forma como rapidamente as guerras brotam nesta terra de gente é que rapidamente chego à conclusão de que não durará muito até que alguém se lembre que tem um botão na sua escrivaninha, um bem grande e vermelho. E quando isso acontecer, já não haverá retorno. Não me parece que as pessoas têm a noção do poder destrutivo a curto, médio e longo prazo, de uma arma nuclear. No entanto, está tudo preocupado com a situação no Japão, comparada rapidamente com a de Chernobyl.
Mas ninguém parece antever esse alguém que se lembra do botão vermelho. No dia em que as cidades e florestas se transformarão em desertos, e em que os desertos se converterão no destino de muitos. Se acham que a morte poderá trazer a liberdade, então aclamem esse dia, rezem para que esses líderes sejam ainda menos dignos de governar que aquilo que aparentam. Aí está, agora sem dúvidas, a alegria no apocalipse e o sabor agri-doce, que no fundo é apenas e só amargo. Sim, na realidade da televisão, o mundo já teria morrido. Não pensem nisto, durmam bem.

"...what in me is dark illumine, what is low raise and support..."

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