eles virão buscar-vos brevemente...

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

esta noite sonhei XXVII - "epic night". 01/12/2011

27ª noite (29/11) parece que estou de férias. o sítio faz-me lembrar la manga, no sudeste de espanha. saio do apartamento com o Nuno Silva, meu cunhado, e passamos uma espécie de passadiço para a praia. está um sol muito forte. andamos pelo areal até vermos alguém nosso conhecido. depois de ficarmos lá um tempo, resolvemos seguir para encontrar um sítio melhor. Aproximamo-nos de uma grande palmeira larga no meio da praia onde estão outras pessoas. decidimos pousar as coisas e só depois reparamos que essas pessoas ou nuas ou meio nuas a despir-se do resto. ao verem que não nos despimos começam a tentar expulsar-nos dali verbalizando injúrias. decidimos ir embora e encontrar outro sítio bom para nós. saímos do areal e entramos noutra espécie de passadiço coberto, onde subimos escadas, entramos num terraço e confirmo que se está a fazer tarde porque o sol desapareceu e está a ficar escuro, com a excepção de umas nuvens douradas que se assemelham a riscos contra o céu cinzento escuro. continuamos para dentro do passadiço e andamos pelo que parece ser o interior de um edifício abandonado, especialmente o poço das escadas.

vou com um rapaz, o Miguel Santos, a andar. estamos ao lado de duas raparigas com os seus 17 anos. uma
delas olha para mim ocasionalmente, às vezes com um olhar zangado. acho que estou a falar com o mike e quando volto a olhar para a rapariga ela faz-me um manguito. digo-lhe nessa altura que a acho gira. acho que a amiga dela fica com ciúmes. a outra deixa de se meter comigo, como se tivesse ficado envergonhada. peço-lhe o número dela. ela não fica convencida, mas eu reitero a minha intenção. ela parece tirar de um papel e apontar qualquer coisa. ao mesmo tempo diz-me o número dela. como eu penso que me vai dar o papel não dou muita atenção aos números que diz, se bem que tenho o telemóvel na mão e carrego nuns números. acabo por perceber que não me vai dar o papel e creio que o numero que tenho é errado, mas não tenho coragem para lhe pedir para repetir. peço também o número da amiga. ela fica confusa, mas o que digo é que assim quando formos sair levo um amigo e saímos os quatro. continuamos a acompanhá-las e começa a chover. levo um chapéu de chuva e abro-o. pouco depois pára de chover. andamos por um caminho de terra escura, com arbustos de lado. chegamos a uma clareira onde o caminho está inundado com a excepção de um carril do passeio. o resto tem zonas mais rasas ou fundas. as raparigas sabem o caminho preferível para elas. eu arrisco a ir pelo carril e equilibro-me para passar a água, muito devagar, às vezes não conseguindo evitar por as minhas CAT pretas novas na água. estou divertido. vejo que o mike está com algumas dificuldades em passar. acabo por chegar ao outro lado. as raparigas também chegam. vejo que o mike ficou a meio, sentado com os sapatos tirados. volto para ao pé dele, sem água. creio que a partir dali ele já não terá dificuldades em chegar ao final. afasto-me um pouco mais para trás, para conhecer os arbustos ali. alguém vem atrás de mim. vejo algo a vir na minha direcção, voando rente ao chão. é algo pequeno. é um peixe branco com cabeça de cachalote que parece nadar, mas no ar. pergunto à pessoa que veio comigo se aquilo é um peixe. ela diz que sim. continuamos a andar até chegarmos a um edifício, uma vivenda enorme, amarela. entramos por um portão e vemos pessoas jovens atarefadas a preparar as suas malas e roupas para ficarem ali. parece que se juntaram para assistir a um festival ali perto e vão ficar naquela pousada. fico com a sensação de que não vou para casa e que ficarei ali a dormir. na recepção dizem-me que é só escolher a cama, não há lugares marcados. já antes de entrar na recepção, a rapariga morena que acompanhei deita-me um olhar como se estivesse a ver para onde eu ia. vou entrar num dos quartos onde penso ficar e saem três raparigas de lá, a do meio é alta e larga, de cabelo curto e ruivo. entro no quarto onde estão outros rapazes a instalarem-se. ando um pouco e vejo uma amiga de há anos, a Fabiana Silvestre. tem o cabelo encaracolado mas curto, para cima. aproximamo-nos e damos um abraço. digo que ela não parece tão magra como antes e apesar de querer que seja um elogio, tenho a percepção do que disse e como em princípio será entendido como não o sendo. quero remendar o meu erro dizendo que está muito bonita...

(o meu pai acorda-me)

esta noite sonhei XXVI - "contcherto". 01/12/2011

26ª noite (28/11) estou numa sala de aula com mais gente. o espírito é de festa, nada formal. eu e o João Canelo estamos vestidos de pijama e aguardamos para ir dar o nosso primeiro concerto como Schizling the Cruise. acho que a Maria Luz está também sentada connosco à espera. chega à sala a Sandra Ricardo e nós comentamos que ela já não tem passado muito tempo connosco. ficamos um pouco espantados com o cabelo dela, que tem tons cor de rosa e está todo espetado com a excepção de uma mullet. chamam-me para ir para a frente da sala e eu fico nervoso, mas depois explicam-me que ainda não é para tocar - acho que estou nervoso porque não sei como iremos fazer um concerto. é para anunciar quem vai ganhar o prémio de melhor álbum e os Schizling the Cruise, como estão nomeados precisam de um representante no "palco". a Carla Soeima também lá está, mas não conheço a sua música e muito menos o álbum para o qual está nomeada. acabam por anunciar que o vencedor não é nenhum de nós mas uma terceira entidade. volto para me sentar.

esta noite sonhei XXV - nope. 01/12/2011

25ª noite (27/11) sei que sonhei e por isso estou satisfeito, mas não me recordo de nada.

esta noite sonhei XXIV - "por 1.10€". 01/12/2011

24ª noite (26/11) estou numa cantina, mas o espaço tem paredes azuis e chão rosa, parecendo a farda do galactus. dirijo-me a uma máquina de venda para comprar um bilhete de metro, acho eu. pede-me 1.10€. eu tenho 1.10€ trocado, masponho mais umas moedas, talvez 1.45€. a máquina dá-me o bilhete e devolve-me o dinheiro a mais. fico mais um pouco. atrás de mim está uma rapariga que parece impaciente. é magra jovem e loira de cabelo comprido. pega numa caneta e depois de me virar para ela risca-me a camisola um pouco para que me despache. como não saio do sítio ela pega novamente na caneta e risca-me a camisola branca e preta praticamente toda à frente. fico possesso e pego nela, arrastando-a até uma parede, onde a encosto e segurando com uma mão o seu  pescoço levanto-a. depois de falar com ela, justificando o que estou a fazer, mato-a. vou-me embora, mas sei que ela está viva, como se "matar" significasse outra coisa. apenas não me interessa mais.

esta noite sonhei XXIII - "gajas". 01/12/2011

23ª noite (25/11) numa espécie de encontro social, uma mulher gordinha a meio dos seus 30s vê um homem que acha atraente e fala com ele. os dois acabam por ganhar uma certa cumplicidade e a mulher faz um avanço. a  mulher desse senhor aparece e tendo ouvido o que a mulher disse explica que fica contente por uma acção a três. a mulher sente-se envergonhada e afasta-se. creio que essa mulher encontra uma outra mais jovem e as duas já no exterior do edifício, numa espécie de relvado num jardim numa praça da cidade, com uma fonte, vêm
um homem. as duas parecem trocar de identidade pois a gordinha nota o homem primeiro. a outra diz que o conhece e conta o seu nome, aparentemente atraída por ele. a gorducha decide ir ter com ele. creio que o homem é o mesmo que aparecera anteriormente, mas a gordinha não sabe quem ele é agora.

esta noite sonhei XXII - "videoclip". 01/12/2011

22ªnoite (24/11) o slash dos guns n roses está a fazer um solo com uma guitarra electrica e faz poses enquanto toca, esticando a guitarra como se fosse uma espingarda. está a tocar ao mesmo tempo que eu, no corpo de um outro homem, bem feito e ventindo calças de spandex preto, faço de conta que canto no videoclip. sou o vocalista da banda e os outros dois membros, um dos quais acho que é o joao canelo, vêm atrás de mim, um de cada lado. estamos os três a andar por uma estrada e creio que comela a tocar o sweet child of mine dos guns. apesar de andarmos no mesmo ritmo as coisas aceleram à nossa volta e estamos a ultrapassar tudo - carros que estão na estrada (que agora me faz lembrar a a5 de alfragide para cascais) e outras pessoas que também andam rapidamente. acabo por ver outras duas pessoas à frente que andam quase à nossa velocidade mas acabo por as alcançar. dizem que são também de um grupo. uma delas faz-me lembrar um urso. chegamos ao nosso destino que é uma estação, me faz lembrar das estações de comboio nova-iorquinas em altura.

esta noite sonhei XXI - "alien". 01/12/2011

esta noite foi bastante interessante. acordei várias vezes, o que por um lado criou de certeza vários sonhos diferentes e por outro apagou alguns deles.

21ª noite (23/11) faço parte de um grupo e creio que temos de invadir uma propriedade guardada. não me recordo como entrámos, mas estando lá dentro tornei-me um inimigo e tento fugir. nesta altura mudo de personagem e com mais dois ou três tipos vou atrás do antigo eu, que passa por uma porta e se atira por cima de uma secretária escostada à parede, batendo de caras contra essa parede, do outro lado da qual está a rua. estranhamente ao bater na parede o corpo do homem desaparece, como se tivesse passado para o outro lado de um espelho. ficamos bastante tempo à procura dele por baixo e por detrás da secretária, mas nada. eu vejo algo por detrás de um dos objectos em cima da sectretária, uma espécie de folha. sei que tenho de impedir que eles encontrem o homem e aquela folha é uma pista que não posso deixar que encontrem. estico a minha mão e tal como um ilusionista prendo a folha com a parte detrás dos meus dedos. um dos tipos fala comigo e eu tento disfarçar que a folha, que é um bilhete de identidade está no lado de fora da minha mão. consigo trazer o bilhete para segurnça ao pé de mim quando o homem reaparece com ar triunfante. volto a mudar de personagem para ele. parece que já nao andam à procura de mim. perguntam-me como é que não me conseguiram encontrar e eu dou a entender com um gesto de cabeça que tinha sido aquele tipo (o qual tinha habitado antes) que os traíra e me escondera. queremos sair do edifício. dirigimo-nos para a recepção. só eu quero sair pela porta da frente, os outros não. o segurança abre-me a porta de vidro transparente. eu passo e dirijo-me à porta da rua. ele volta a trancar a outra e vem na minha direcçao para abrir a da rua. os outros regressam porque mudaram de ideias.

estamos numa espécie de jogo. pegamos em caçadeiras e temos de descer umas escadas que ligam vários pisos eliminando aliens. mas estes aliens, fazendo parte do jogo, são diferentes. são robos pequenos baseados em carros telecomandados com os aspecto básico de coisas alusivas a xenomorfos. descemos e vamos dando tiros embora nao pareçam fazer grande resultado. as paredes são azuis.

esta noite sonhei XX - luck game. 01/12/2011

acordo contente porque me recordo de alguns pormenores dos sonhos.

20ª noite (22/11) estou nuns balneários, aparentemente mistos pois há raparigas presentes, falando, e eu sou um homem. acho que estou a chegar e pronto para trocar de roupa. uma das raparigas presentes é a nadili de leon, mas com o cabelo curto. ela troca também de camisola, deixando ver o seu tronco apenas com o sutiã. falamos mas o que dizemos é o mais difícil de recordar. creio que os balneários são subterrâneos. estou num campo de futebol pelado, à superfície. são crianças que jogam futebol. estou no meio do campo com mais alguns adultos a falar. a bola vem ter comigo e eu chuto-a creio que para fora das linhas. a partir daí fico com funções de apanha bolas, embora nunca as passando com as mãos, sempre chutando-as. estou com a minha irmã- descemos umas ruas que quase parecem de favelas, mas não há qualquer medo. estamos à procura de algo, creio que de um cavalo. aparentemente, tocar nesse cavalo dá sorte. acabamos por chegar a uma pequeníssima praceta no meio das casas encavalitadas onde está um cavalo largo, mais parecido até com um burro. as pessoas tocam nele. quando chega a minha vez de tocar no lugar do burro está um outro animal. não é nada que exista na realidade, mas imaginem um porco bebé três vezes maior. as patas dele são cotos como se tivessem sido cortadas e a cabeça é uma mistura de criança com um tapir. por ser pequeno já não está no chão, mas numa mesa com suportes por baixo dele presumo para que não caia. a minha irmã pega nele e creio que o mete na sua mochila. voltamos a subir a encosta da favela.creio que encontramos alguém e retiramos o cavalito da mochila. mais tarde voltamos a pô-lo lá.

esta noite sonhei XIX - preocupação. 01/12/2011

19ª noite - 21/11 - sei que sonhei algo mas não me recordo do quê. começo a ficar preocupado ao mesmo tempo que me apercebo de que vejo já mal ao perto com o meu olho direito e esta manhã cuspi algum sangue ao tossir a minha expectoração para fora. decido ir para a cama mais cedo. pode ser que isso me ajude com o relembrar dos sonhos.

esta noite sonhei XVIII - nova desilusão. 01/12/2011

18ª noite (20/11) só me vêem à cabeça uns flashes que não consigo discernir. sei que a Aisha Abdul Rahim entrava em algo.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

uma noite sonhei XVII - desilusão. 20/11/2011

esta noite (19/11/2011) não sonhei ou se sonhei não me lembro. confesso que estou um pouco surpreso depois de todos estes dias seguidos a falar sobre os meus sonhos.

podiam os sonhos estar a ficar tão conscientemente estranhos que o meu cérebro resolveu dar um tempo.

uma noite sonhei XVI - "magia e escritório". 20/11/2011

os pormenores desta noite de sonho são escassos e fragmentados. talvez esteja a corromper alguns deles.


16ª noite (18/11/2011) - há uma mulher com pouco menos de 30 anos que faz uma reportagem, é jornalista e está à frente da câmara para entrevistar um homem que talvez seja um ilusionista. ele faz truques, mas não parece ser por causa dos seus dotes de ilusionismo que está a ser entrevistado, eles parecem a até estar a importunar a cena. num deles, apanha uma bola de cristal do tamanho de uma de bowling e parece fazê-la levitar à sua vontade agitando os braços como serpentes. incentiva a jornalista a fazer o mesmo e ela consegue fazer o truque também. de seguida ela faz outro truque também de levitação mas com dois lenços pretos. parece haver maior intimidade agora entre a mulher e o homem, que mudam. estão ambos mais velhos, ele tem uma pera e ela, apesar dos seus quase cinquenta anos, está bem cuidada fisicamente. para o truque seguinte, ela despe-o da cintura para baixo. parece uma cena porno. ela depois trinca a ponta do pénis do homem e estranhamente através da marca demasiado marcada da dentada, parecendo um cartoon, sai um raio laser cor de rosa. seria esse o truque...há uma espécie de crise de fidelidade entre a mulher e o homem. ele acusa-a de ser uma vagabunda perante a câmara, na cozinha enorme e moderna com as paredes forradas a tijoleira. na sala ao lado a mulher parece estar ocupada com bastantes homens. mas ela entra na cozinha para discutir e limpar o seu nome.
há um escritório. um patrão loiro e a ficar careca, de camisa branca e gravata na sua secretária, que fica a meio do escritório, sem divisórias ou gabinetes. tenho asensação de que sou um homem de cerca de 25 meio gordinho, cabelo curto e loiro e bigode. tenho também um fato, sem casaco, e uma gravata, embora de mangas arregaçadas. ao lado do escritório há uma espécie de biblioteca ou livraria onde há uma infinidade de livros que são ao mesmo tempo dvds. há uma colecção destes livros de que sou particular fã. todas as capas dessa colecção são de verde assim pó alface e brancas e têm um boneco futurista do género astroboy, só que, lá está, verde e branco. uma das raparigas do escritório, loira e de saia beige justa até ao joelho também parece gostar e falamos dos livros enquanto os folheamos e vemos imagens, sentados perto das prateleiras. tenho a sensação de que acaba a hora da pausa e digo para voltarmos. andamos pelo andar e seguimos por um átrio ao lado um do outro até que tenho a iniciativa de lhe pegar na mão. ela parece nervosa mas aceita. aproximamo-nos de uma porta, que na verdade são duas, então para passarmos eu largo a sua mão e cada um de nós passa pela sua, reunindo-nos imediatamente do outro lado. continuamos a andar. desta vez é ela quem parece querer dar a mão, tocando-me ao de leve, mas desiste. então eu pego nela novamente e a rapariga parece ficar contente. vem outra porta, a última antes de entrar no escritório. desta vez não a largo e abro a porta. ela passa primeiro e eu a seguir. no escritório, porém, tenho receio que seja demasiado óbvio a nossa ligação então ponho a mão nas suas costas ou ombro e sigo com ela. vejo que as pessoas olham para nós. tenho de ir para um sítio para lá da secretária do patrão. porém, não me sinto autorizado face à situação entre mim e a rapariga em simplesmente passar. então combinamos e dividimo-nos. ela segue pela direita e explica ao patrão a nossa situação e eu, sigo pela direita, encostado à parede, espremendo-me para passar por uma outra mesa e quando chegar à secretária do patrão já o assunto estará esclarecido e eu poderei passar para lá dele sem pejo. quase a chegar ao patrão, vejo que a rapariga já se esqueceu do que combinámos e está ocupada com outros assuntos do escritório. sinto-me mal já que por qualquer razão se não passar para lá do patrão estou lixado.

uma noite sonhei XV - "simplesmente estranho". 20/11/2011

15ª noite (17/11/2011) - estou com um grupo de pessoas numa rua deserta à noite. alguns candeeiros daqueles amarelos estão acesos. a rua desce, mas estamos quase no topo. creio que falamos alegremente. vem de cima, de perto de nós, um outro grupo de pessoas jovens, mas parecem estrangeiros, alemães ou nórdicos, provavelmente. reconheço uma das pessoas do grupo. é a Catarina Leal. não estranho que ela ande com malta de fora. dizemos olá à distância e combinamos fazer qualquer coisa mais tarde. o grupo dela continua. porém ela regressa atrás e vem ter connosco juntando-se ao nosso grupo. subitamente é de dia e já não estamos numa rua, mas num corredor que me lembra os dos hospitais mas um dos lados do corredor é feito inteiramente de janela, sendoeste bastante brilhante por isso. uma das outras pessoas do grupo é uma rapariga grande e gorda. ela abraça a Catarina fortemente e a seguir abraça-me a mim e não me larga. tenho a sensação de que a estou a confortar. ela leva-me ainda abraçado a uma casa de banho depois de descermos o corredor, que mantém ainda assim a disposição da rua. a casa de banho é ampla, tem à direita da porta uma fila de lavatórios e os  espelhos correspondentes e à esquerda uma fila de retretes, nada mais. a rapariga larga-me e creio que se começa a despir. eu fico com receio e espero perto da porta pela oportunidade de sair sem ser demasiado óbvio e para não a magoar. nisto a porta abre para dentro e é um senhor de alguma idade, meio careca, com um ar indignado a perguntar o que estamos ali a fazer e para irmos embora. eu saio.
estou agora perto de uma cantina. uma rapariga bonita, roliça, de cabelo escuro comprido mas encaracolado
está encostada a uma coluna perto da parede. acho que está triste. pergunto-lhe o que se passa e fico a
entender que ela gosta de um determinado rapaz, que está sentado numa das mesas da cantina com mais gente, mas que há outra rapariga, mais popular, que também gosta dele. peço-lhe para mo indicar e vejo a mesa com o rapaz e os amigos dele e essa outra rapariga e as amigas dela, todos eles rindo enquanto convivem à volta do almoço. estou sentado agora numa mesa também, mas só com a companhia de um rapaz. achamos piada ao que se passa nas mesas ao lado, porque somos mais velhos que todos os outros. subitamente começa uma zaragata e um dos rapazes fica estatelado no chão junto à sua mesa. eu e o outro vamos lá ver o rescaldo, quase como polícias nos filmes de gangsters depois de um crime.

uma noite sonhei XIV - "igreja e viagem". 20/11/2011

14ª noite  (16/11/2011) - estou numa igreja sentado numa plateia cheia. estou encostado a uma das paredes porque os bancos estão todos dispostos de lado para o altar e não de frente. encontro-me perto da porta de saída. ao meu lado esquerdo está sentada a Camila Benzinho. Acho que à minha direita está a minha mãe. Creio que o padre está a dar a missa. Eu ouço o que ele diz mas gozo com isso. Acho que a Camila e quem está ao seu lado esquerdo também fazem o mesmo e rimo-nos.
estamos no autocarro nos lugares virados um para o outro. estou eu de costas, virado imediatamente para
Camila e a sua amiga à sua direita. A minha mãe também está presente algures do meu lado direito, mas
creio que não fisicamente. Falamos não me recordo sobre o quê, mas creio que ela mora perto de minha casa. Devemos estar a chegar porque aquela zona faz-me lembrar os Olivais. Reparo no rosto de Camila e vejo sardas. Menciono-lhe isso e ela diz que a amiga é que tem sardas. Na verdade tem em maior quantidade, mas ela também tem algumas. Temos as pernas encolhidas e eu como estou com elas cansadas e, de certeza por querer ter mais contacto com ela, estico as minhas e incentivo-a a deixar-me pô-las por entre as suas pernas nuas. Ela também estica as suas.

uma noite sonhei XIII - "peixes e modern warfare". 20/11/2011

13ª noite (15/11/2011) - estou numa loja de peixes que me faz lembrar agora a da gare oriente. estou a olhar para vários peixes e comparo-os com o seu preço. ao meu lado está uma menina pequenina que parece brincar com alguém do meu lado direito. ela pára a olhar para mim. não me quero virar para comunicar com ela, mas acabo por sorrir para ela. Um velho à minha esquerda chama-me com o pxiuuu repetido. Olho para ele e vejo-o fazer um ar crítico em relação a mim, como quem diz pare de se meter com a menina. pouco tempo depois a menina fala comigo e depois diz "se calhar não devia falar com estranhos..." e eu digo, ainda sem olhar para ela "se calhar não devias". Nisto sinto uma mão no meu ombro esquerdo. É um homem um pouco mais velho que eu a perguntar porque é que eu me estava a meter com a menina. eu explico-lhe que não, que ela é que tinha falado comigo e que não tinha feito nada de mal. Uma senhora, talvez a sua mãe, junta-se ao marido. Digo-lhe também o que se passou e conto inclusivé o que se tinha passado pouco tempo antes com a outra menina e o seu avô e que parecia que estava a ser perseguido.
estou agora num terreno relvado, que faz lembrar as traseiras de uma casa de um suburbio de vivendas
americano. estamos a montar uma estrutura com uma membrana de borracha comprida e amarela. percebo depois que é uma piscina. creio que a enchemos e o meu cunhado mergulha pela água, alguma dela saindo para fora. ouvimos um estrondo. olho em direcção a uma montanha afastada. há algumas árvores altas na paisagem. perguntamo-nos se serão explosões por causa das avalanches, mas vemos umas latas a cairem perto das árvores e a explodirem sem que no entanto haja fogo.
é de noite; estou num bosque com mais alguém. há tanques e homens fardados a andar procurando algo. não
sei se estão à minha procura. as latas continuam a cair mas rebentam nas copas das árvores e não chegam ao
chão. estou numa escola. parece a minha antiga escola secundária na portela de sacavém. pergunto a alguém se gosta do jogo modern warfare; quando a pessoa diz que não ouve um discurso meu apologético do jogo.

uma noite sonhei XII - "tabs". 20/11/2011

12ª noite (14/11/2011) - acho que estou na internet, provavelmente no firefox, mas em vez de estar à frente do pc, estou literalmente a viver cada um dos separadores que abro. creio que a maior parte são de pornografia, mas não só. num dos que claramente não é, estou com num quarto cujo piso são camas. acho que estou com o joão canelo quando chega a maria luz cheia de sacos. ela diz que foi às compras e despeja os sacos para as camas. o joão começa a abrir as caixas que ela trouxe. uma delas, grande, parece-me familiar e pergunto o que é. a maria vira a caixa e explica-me que é uma boneca saint seiya do cavaleiro de pégaso versão feminina ao mesmo tempo que consigo ver a boneca pela parte transparente da caixa.

uma noite sonhei XI - "história américa". 20/11/2011

devo confessar que esta semana os sonhos parecem-me cada vez mais estranhos. ao mesmo tempo que me habituo a pensar mais neles, tenho cada vez mais cuidado em recordar certos pormenores. é portanto natural que as descrições que se seguirão sejam mais extensas.

11ª noite (13/11/2011) - estou num meio de transporte colectivo, não sei se comboio se avião, se autocarro de dois andares. é uma espécie de visita de estudo de uma escola. oferecem a cada um de nós um dvd com capa negra. creio que é o guilherme rodriguez que está ao meu lado. eu estou à janela. sei que é de dia. quando viro o dvd vejo que afinal tem uma figura na capa. não me recordo do desenho mas o filme é o "glory" do edward zwick. estamos num corredor que faz lembrar aqueles que se vêem nas séries com highschools americanos, só que este não é tão iluminado, é algo escuro. encho um balão cor de rosa e escondo-me entre dois colegas meus à espera que passe alguém para eu atirar o balão de ar. passa um grupo de tres raparigas. uma delas olha para mim e eu atiro-lhe o balão, que por ser de ar se desloca muito devagar. ainda assim a rapariga reclama comigo. acho que não lhe ligo muito e viro-me andando pelo corredor com quem me acompanhava. no final do corredor está uma pequena multidão virada para um ecrã. está a passar uma música mas não sei qual. estão quase todos com camisolas do equipamento do benfica. reconheço um deles. é o joão canelo. só depois reparo que a música que passa é de karaoke e há uma rapariga a cantar. ela canta bastante mal. quando acaba aplaudem-na e escolhem outra música. pergunta-se quem quer cantar. escolhem o joão canelo para ir cantar. ele vai um pouco relutante. nós aplaudimos e fazemos uma grande festa para puxar por ele. começa a música. já nao tem a camisola do benfica mas sim uma camisa branca e gravata escura. acompanha a música com uma dança que deixa as pessoas bem dispostas e talvez um pouco surpreendidas. já não me recordo da música. de novo num meio de transporte semelhante ao outro, mas definitivamente outro. dão-nos outro dvd de capa negra. também este tem uma imagem afinal. chama-se "amerika" e a imagem é desenhada como os filmes starwars ou indiana jones, mas não posso especificar mais. acho que amerika está escrito em rosa. vamos para uma espécie de quinta. acho que estamos nos estados unidos e talvez sejamos inclusive de uma escola americana. a quinta é uma espécie de rancho verdejante. quem nos faz a visita guiada, uma espécie de professor, está num cavalo. conta algo sobre a história da quinta e de como à porta do celeiro foi executada uma das heroínas da guerra civil americana, karen morgan. dentro presumivelmente da casa da quinta estou na pele do professor. estou na cozinha a explicar aos alunos que por baixo do chão há um artefacto importante. desço por um alçapão para debaixo do chão e apanho uma bengala de madeira velhíssima. pergunto-lhes se sabem o que é, esticando a bengala para fora do alçapão. quando respondem que não sabem digo que é a bengala da heroína dos direitos civis dos negros, emily dickinson. volto a guardar a bengala onde estava.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

uma noite sonhei X - "carlos e filipe". 14/11/2011

10ª noite (12/11/2011) - estou num supermercado com mais dois rapazes, um deles o meu amigo carlos lopes. estamos à procura de malas de viagem para ele e as prateleiras do supermercado parecem cheias delas, há imensas no chão inclusive, todas amontoadas, misturadas com tendas de campismo nas suas embalagens. as malas de viagem são de diferentes cores e em cada local do supermercado há uma cor específica. ele ainda não decidiu que cor quer. são todas de cor pérola mas perto do fecho central a cor difere. o carlos vai fazendo as suas habituais piadas gays e não sei porquê fala de por uma das malas pelo seu anus. digo-lhe que se ele as conseguir por todas, fica com um arco íris no cu. passamos algum tempo à procura até sairmos desses corredores e entrarmos num de charcutaria/queijo. lá está um prato com salada que contem pequenos pedaços de queijo branco. eu pergunto se é feta e o carlos diz que sim, para eu provar. provo mas sabe-me a queijo fresco normal. tentamos ver embalagens do queijo e a única referência que encontramos para o que é diz queijo diário, ou qualquer coisa assim. nada de feta ou fresco. continuamos e eu encontro uma embalagem de outro queijo que tem bom aspecto. há três embalagens com preços diferentes, todas elas baratas, de menos de cinquenta centimos. acho que acabo por decidir em nao levar nenhuma.
numa mesa estamos sentados eu, o canelo e acho que mais uma ou duas pessoas, o filipe santos é capaz de estar lá também. falamos do filme "bronson". alguém tenta imitar a personagem mas mal e eu tento corrigi-lo, mas a minha versão também não sai bem. eu sei-o; os outros, nem por isso.
andamos. o filipe traz a erica, sua ex-namorada. subimos uma espécie de monte onde vamos dar a um sofá e uma televisão com uma consola. aparentemente é o meu quarto. sentamo-nos, eles no sofá e eu no chão, mais perto da tv, e falamos de jogos. acho que ele pergunta se já joguei o novo duke nukem e depois de eu dizer que nao ponho o jogo e jogo um pouco, bastante mal. o jogo é a 2d e a minha personagem acho que chicoteia as outras. à nossa volta já está mais gente, incluindo a mafalda, amiga do filipe, e a sua actual namorada, ana. sussurro ao filipe que parece que ele é muçulmano, por parecer levar um harem atrás dele. digo o mesmo, baixo, a ana, mas ela nao parece achar piada.

uma noite sonhei IX - "famosas e família". 14/11/2011

antes de me ir deitar, ao jantar, a minha mãe falava ao telefone com uma prima minha, patrícia, na suiça.

9ª noite (11/11/2011) - ao que parece estou envolvido numa espécie de concurso. é pedido a algumas famosas, que eu me lembre uma delas é Julia Roberts, que façam pequenos desejos pessoais. o programa depois oferece-lhes a possibilidade de trocar esses desejos por uma casa enorme cujo interior o programa filma. todas as famosas recusam as casas, apesar de serem feitas exclusivamente para elas. a de julia era um apartamento num último andar, antigo e amplo, de tecto alto com imensas janelas e de paredes verde pálido. o apresentador bem tenta convencê-las. a última das senhoras que participa no programa eu nao reconheço como famosa nem como nada...mas aceito-a como tal.acompanho-a e ao apresentador na visita à sua casa. esta é bastante futurista, quase saída do tron. é escura com luzes azuis, e há umas escadas que sobem para uma plataforma. o apresentador sobe-as, nós continuamos em baixo, andando maravilhados. na plataforma o apresentador mostra e apresenta algumas esculturas ou robos que lá se encontram, creio que são trÊs. apesar da casa, a rapariga não parece interessada. em vez disso pergunta-me se eu quero ir almoçar com ela. eu digo que sim, claro. andamos e falamos até chegar a uma esplanada, que parece ficar perto de um restaurante. sentamo-nos. eu recebo uma chamada no telefone. é a minha prima sónia. falamos da sua avó, minha tia e sobre como ela está. ela pergunta se mais alguém sabe e eu digo que ouvi a minha mãe a falar com a minha prima patricia na suiça. ela já nem liga ao que eu digo, parece estar zangada e a chorar. ouço-a a chamar a sua mãe a gritar repetidamente. quando olho para o lado, lá está a mãe dela, a minha prima emília que parece vir para me interrogar. eu digo-lhe o que sei, que ouvi a minha mãe a falar ao telefone com a patrícia. nisto aparece a minha mãe a dizer que nao foi isso que aconteceu. eu farto-me e grito que foi sim senhor, para nao me envolverem naquilo para falarem uns com os outros e dizerem a verdade. ando de regresso ao restaurante e à mesa e encontro o meu primo rui, mas parecendo uns anos mais velho e com um bigode farfalhudo. cumprimento-o. afasto-me novamente para fazer nao sei o que e quando volto encontro novamente o rui mas como está actualmente e sem bigode. está perto do seu carro onde os seus filhos gémeos estão dentro embora com cerca de seis ou sete anos. eu digo-lhe que já o tinha visto mas que ele tinha bigode. ele diz que esse é o seu tio do lado da mãe. as pessoas dizem que ele é muito parecido com ele.
eu respondo que sabia, que estava so a brincar.

uma noite sonhei VIII - "parque". 14/11/2011

sei que tive um sonho que me pareceu bastante longo nesta noite, mas quase tudo desapareceu da minha memória.

8ª noite (10/11/2011) - faço parte num grupo num parque vestido de forma desportiva. há muita gente que se veste de amarelo. o parque parece o vale do silêncio nos olivais. há uma espécie de discussão entre o meu grupo e mais outro. afasto-me e uma das raparigas da minha equipa, kim kardashian, com óculos escuros..., fala de outra rapariga e de como é bonita. eu digo que ela é mais bonita. continuamos a andar e forma-se um círculo de pessoas do meu grupo que trocam entre elas uma bola de futebol. junto-me a elas.

uma noite sonhei VII - "polícia". 14/11/2011

7ª noite (9/11/2011) - saio de um sítio, não me recordo bem de qual, acho que uma bomba de gasolina, com alguém e entro num carro para o lugar do passageiro. a conduzir vai alguém que conheço, esta pessoa está embriagada. atrás, à minha esquerda vai mais alguém. conduzimos mas muito devagar, por causa do estado de alcoolismo do condutor. sou eu quem pega no volante. avançamos até a nossa faixa de estrada ficar com os traços contínuos transformados em pedra com a altura de cerca de um palmo. ao avançarmos reparo que um carro está a obstruir a nossa faixa que fica cada vez mais estreita. tomo então a resolução de passar por cima do traço de pedra. carrego no pedal do acelerador fortemente, e os pneus guincham. tenho o pressentimento de que o carro que nos obstruía a via era da polícia. passo por cima da pedra e ao lado do carro. ao seguir a marcha noto que atrás de nós o carro ligou uma sirene e tem luzes ligadas e começou a seguir-nos. digo ao condutor para encostar. algo relutante ele acaba por encostar e eu rapidamente saio do carro, para evitar que vejam que eu ia no lugar do passageiro e nao a conduzir, para evitar problemas ao condutor alcoolizado. os polícias vêm e eu tento contar-lhes o que aconteceu, evitando referir que não era eu que o conduzia. acho que acabo por soprar o balão.

uma noite sonhei VI - "demónio". 14/11/2011

6ª noite (8/11/2011) - homem, um dos actores da série Murphy Brown, meio careca, que persegue o seu filho encontra-o morto numa espécie de plataforma petrolífera à beira da praia e quer vingar-se do culpado. outro homem, eu, pede câmara fotográfica para filmar, quando se levanta um forte vento lançando areia por tudo o que é sítio. anoitece de repente. imediatamente ao meu lado está uma paragem de autocarro no meio do areal da praia. há um eclipse ao mesmo  tempo que um demónio ou satanás fala à humanidade sobre a era das trevas. a sua cara aparece primeiro na lua e depois quando o eclipse é quase total apenas no céu escuro. eu filmo a comunicação e alterno o olhar entre a câmara e a vista directa do demónio. um casal de lésbicas pouco atraentes ao meu lado parece contente com o evento e beijam-se, serão satânicas?...acaba o eclipse e a comunicação do demónio. as pessoas perguntam-se se será verdade e se for mentira como foi feito. acho que estou no brasil. suspeito também eu da veracidade do acontecimento. lembro-me de achar a iluminação bastante falsa. aproximo-me de uma zona do areal e vejo projectores a sair da areia, meio escondidos. ainda assim continuo a não saber como foi projectada a imagem do demónio na lua.

uma noite sonhei V - "cambridge". 14/11/2011

mais um em que os pormenores são vagos.

5ª noite (7/11/2011) - num bairro que desconheço mas que parece benfica, estou num andar de escritórios. entro numa sala. acho que estou ali para ter aulas, mas não consigo precisar. faz-me lembrar de quando ia à cambridge school.

uma noite sonhei IV - "loja de penhores". 14/11/2011

este é um cujos pormenores se apagaram.

4ª noite (6/11/2011) - loja penhores. regresso ou trabalho numa loja de penhores que me recorda o ambiente do clube de video da portela. está-se à procura do dono e repara-se nas mudanças levadas a cabo na loja.

uma noite sonhei III - "futebol". 14/11/2011

3ªa noite (5/11/2011)-  assisto a um jogo de futebol de crianças. uma das que joga é uma rapariga de cerca de 7 anos que tem o cabelo louro mas muito encaracolado. não sou o treinador, mas estou junto dos miúdos substitutos que estão de fora e do treinador, mas estranhamente atrás de uma das balizas e não num banco de suplentes. eles estão calados, mas eu tento incentivar os que estão a jogar e a levar uma tareia no jogo.  pedem-me que não faça tanto barulho. no final do jogo vão-se embora. anoitece. eu fico no campo fora das 4 linhas junto a um banco. ficam lá três guarda-chuvas. não se sabe de quem são e tenta-se descobrir. um deles tem o nome de alguém escrito no tecido. alguém pega em dois. fico com o terceiro e vou à procura do dono, perguntando, já dentro de um edifício, perto dos balneários, às pessoas que lá estão, provavelmente familiares dos jogadores.

uma noite sonhei II - "o camião de tomates gigantes" 14/11/2011

2ª noite (4/11/2011) - um camião dirige-se para mim numa estrada poeirenta, no meio do mato. desvia-se de mim e tem um acidente, virando-se de lado. é um camião de caixa aberta levando tomates gigantes atrás. virado de lado, consigo ver por baixo do camião. os tomates largam uma especie de raízes para baixo do camião, que têm bolos esverdeados. uns insectos grandes com ar assustador consomem estes bolbos verdes. afasto-me até uma ribeira que corre ao lado. subitamente, ondas de água chegam de vários lados, parecendo os tsunamis da ásia. as pessoas assustam-se e começam a fugir. estou num sítio onde estranhamente, por não ser muito alto, as ondas não me chegam, mas sinto-me seguro, nunca duvidando. a dona lurdes, sogra da minha irmã, tem um bebé que é levado pela corrente. ela grita. os outros estão afastados. logo que me percebo do que aconteceu começo a correr, saltando pela margem até chegar ao bebé, que puxo da água. imediatamente depois de o salvar começo a chorar como nunca.

uma noite sonhei I - "mar morto". 14/11/2011

tenho tentado apontar os meus sonhos. alguns estão mais definidos que outros. comecei a fazê-lo este mês e às vezes quando não tenho paciência para os descrever imediatamente perco pormenores. este é o primeiro, que tive há onze dias atrás no dia 3.

1ª noite - ando até chegar a uma espécie de praia. estou acompanhado mas não posso precisar por quantos e quem. não há praticamente ondas. ao aproximar-me da beira da água baixo-me e apanho algo do chão, uma mão cheia de sal. é o mar morto. entro na água e ando. tenho algo ao colo, uma criança talvez. continuo a avançar pela água a dentro, o céu fica nublado, há agora imensa gente na água à minha volta. avanço, mas a água fica sempre pelo meu peito. começam algumas ondas. parece que se aproxima uma tempestade.

terça-feira, 5 de julho de 2011

naquele dia futuro

Naquele dia futuro em que apenas nuvens cobrem o céu
respiro uma flecha de sol
e já não sinto o cinto
que me amassa o peito, despedaça, estilhaça
mas hoje me estrangula
de amar para além da gula 
se em nós vejo para além do agora
quando a tua ânsia demora
e outros olhos de fogo queimam os meus.
Que a maravilha do momento por vir
me leve então em asas de falcão
aos céus de ouro explosivo
que fique apenas meio-vivo
uma parte lá, sem pressa de cair.
E cego me encontre esse desejo
se agora que mal vejo
é com certeza mais romance
que espero no fim do romance

terça-feira, 14 de junho de 2011

fumo. 06/2011

"A boca dela parece um pouco mais fina" era o que pensava exactamente naquele momento. Nada mais. O presente não era definido palas palavras que pronunciava, nem pelo espaço que rodeava ambos. Nem se recordava da última vez que haviam estado juntos; recordava-se sim, que não tinha sido uma situação nada agradável, pelo menos para ele. Mas já havia passado muito tempo; demasiado. Era uma outra mulher que tinha agora à sua frente, embora não a conseguisse definir. Ela mudara; ele mudara. E no entanto, eram os mesmos. Que bizarro... "Ã?" Ela leva mais um cigarro à boca. É o quarto ou o quinto. Quase que antevê o maço a meio antes de se despedirem. Ele às vezes tinha esse dom, o da premonição. Previra que as coisas iam correr mal; previra que ela lhe escondia coisas, talvez até com boas intenções; e previa agora que não se iam voltar a ver novamente durante bastante tempo. Não que lhe incomodasse muito; de facto, surpreendido como estava de como as coisas se transformaram em alguns meses - os hábitos mudados, as intimidades perdidas - principalmente considerando-se a vítima, tudo aquilo agora lhe cheirava a preocupações que não era suposto ter. Tal como o outro cigarro que puxa e que antes o irritava tanto. "Certas coisas mudam para o bem, outras para o mal e outras nunca mudam, apenas se mostram quando antes estavam ocultas, de vergonha ou medo" Lá por dentro questiona-se se as pessoas realmente não dão importância ao que têm de maior valor. Para ele, os avisos das caixas de tabaco são sérios. Tinha já perdido pessoas por causa de vícios. Mas tudo isso poderão ser paranóias de alguém sem vontade de viver, pelo menos na mente de alguns. Ele é tudo menos paranóico. É o sr. calmo; aquele que vive por gostar de viver e ver viver. Mas este momento actual não é isso. É um esforço sorrir. Como quem sorri para o seu assassino. "Mas não falaremos nisso. Não me quero aborrecer, nem a mim, nem a ti." Ele respeita-a demasiado, sem que ela o mereça, provavelmente. Ela não terá o mesmo sentimento. As coisas para ela passam. E como o fumo que desaparece a uma certa distância da sua boca, todo o ser dele também desaparecerá da vida dela com o devido tempo. Há fumo, mas não há fogo.

sábado, 7 de maio de 2011

identidade

sempre achei curioso o facto de algumas pessoas do nada ganharem um apelido, sem se casarem. parece que se lembram de repente que têm outro nome.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Nuvem 9. capítulo I

Já lá vão bastantes anos, mas sei-os de cor. Passaram exactamente trinta e quatro anos, seis meses e sete dias. Era um dia escuro, mesmo às doze horas da tarde. O bosque nessas alturas era uma visão de outro mundo, e a linha das árvores afigurava-se como que uma porta para outra dimensão, onde as regras dos homens não se aplicavam.
As crianças não se aproximavam do bosque. Acho que era na nossa aldeia o único sítio onde isso acontecia. Mas na verdade não parecia haver razão para isso. Que criança não se sente um pouco impelida mesmo face a tão primitivo receio? Mas era mais forte que a curiosidade. Nem me recordo se os meus pais até àquela altura já me proibiam de lá entrar ou se era apenas uma aura emanante daquelas copas que nos suscitava tal medo.
Só quando entrei para a escola descobri uma possível razão. Até então tinha passado praticamente toda a minha infância na minha aldeia, salvo uma deslocação a Fátima, por ocasião do acidente do meu irmão mais velho. A escola primária ficava a cerca de dez quilómetros, do outro lado do monte, sempre a subir, e curiosamente nunca lá tinha estado. Não gostava das pessoas de lá. Por altura das festas eram muito barulhentos e bebiam demasiado. Uma das vezes em que celebraram a Sra. dos Remédios na nossa aldeia, partiram a imagem da Santa e culparam a minha mãe.
Os meus pais nunca foram de deslocações e eu muito menos, até porque tinha de tomar conta dos mais pequenos. E foi não foi com pouca revolta que recebi a noticia no meu 5º aniversário, de que ainda nesse ano iria para a escola. Por essa altura indignava-me apenas com a ideia de escola. O que é que a escola pode ensinar a alguém de uma aldeia que sempre ficará numa aldeia? Mais tarde mudei de opinião enquanto me ensinavam a ler e a escrever, e a história da minha terra e do meu país. Lembro-me de que foi um momento interessante quando descobri que era natural a história repetir-se. Mas mais importante que as lições nas aulas são sem dúvida as lições com os colegas. E a mais preciosa para mim foi quando descobri que no meu bosque tinha havido uns anos antes um desastre.
Toda a gente da minha aldeia conhecia a Clotilde, da portela. Morava na casa mais afastada, mas raramente era vista. O seu marido tinha ido para França e por lá tinha ficado, suspeitava-se, com outra família. O que não sabíamos era que tinham tido um filho juntos e que esse filho tinha morrido. Aparentemente, num dia de chuva, o rapaz desaparecera. Tinha dito à mãe que ia à pesca mas quando no final desse dia a mãe, preocupada, desceu a encosta para o rio, só lá encontrou a sua cana e um ramo com três peixes espetados. Dez dias depois, com quatro dias de buscas completados, o corpo do rapaz foi encontrado no bosque, dentro de um poço. As crianças não sabiam o nome do rapaz, mas eu sabia que o apelido da Clotilde era Sereno, portanto na minha cabeça, dei-lhe o nome de Pequeno Sereno.
Não contei aos meus pais acerca do que tinha descoberto. Mas a partir desse dia, depois das aulas, sentava-me sempre na mesma pedra em frente à orla do bosque, tentando descortinar o que havia passado com o Pequeno. Conforme os anos passaram, deixei de dar tanta importância a isso, até porque tinha de ir ajudar os meus pais, agora que já tinha mais físico para a lavoura. Foi por volta dos meus onze anos que a nossa aldeia suportou uma nova mudança. Há muito que o Esteves do fundo do povo falava com orgulho da sua filha que morava em França. Porém, ninguém esperava que essa filha resolvesse deixar o marido e voltar para Portugal. Não se pense, no entanto, que voltava em dificuldades; aparentemente o Esteves falava verdade quando dizia que tinha tido sucesso no estrangeiro. Conseguira abrir uma empresa com outros empregados portugueses e estava bem na vida. Foi essa a razão porque pode trazer com ela os seus três filhos e, com eles, trouxe também mais um desastre à minha aldeia. Um ano depois, o mais velho dos três, Victor, estaria morto.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Cover us in chocolate, sell us to the neighbours, frame us on a video. 04/2011

Neste ponto da minha vida, é difícil saber o que fazer. É uma altura em que o tempo corre mais devagar, mas incidentalmente me sinto mais velho. É o momento de recuperação depois de um longo choque, é o momento do recomeço, do novo planeamento, da nova ideia de mim e dos outros, o tempo de repensar os meus sentimentos, olhando para trás, para construir o advir. Já é mais que tempo. Aliás, já me sinto assim há já algum tempo, mas parece que de cada vez que ultrapasso uma daquelas barreiras psicológicas, algo de exterior a mim acontece, como que brincando com as minhas vontades e os meus desejos e como que entro numa nova trincheira. Felizmente que tenho o meu trabalho, embora ele consista precisamente em pensar e muito sobre o que é verdadeiramente importante para mim. E para dizer a verdade, os dois projectos que tenho hoje em dia em mão, com o propósito de serem filmados, lidam com a ideia de verdade. O primeiro sobre alguém que receia ter de abdicar da sua genuinidade por descobrir que a sua mãe o quer conhecer e, na segunda, o protagonista é alguém que é constantemente usado para os caprichos de terceiros, até que as suas vontades são derrotadas pela sua própria natureza, demasiado influenciada pelas mentiras desses outros.

"...what in me is dark illumine, what is low raise and support..."

sexta-feira, 15 de abril de 2011

sempre ao longe 04/2011

Era uma rapariga. Via-a ocasionalmente quando passava por mim; quando era pequeno, ainda lhe acenei uma ou outra vez, mas ela não ligava. Era difícil ter uma relação por muito mínima que seja com alguém que está sempre a correr. Era tudo o que ela fazia. Não a via comer, dormir, parar sequer. Suponho que ela fazia tudo isso, mas no primeiro dia em que resolvi segui-la nem isso consegui ver e como a minha mãe iria ficar preocupada caso não chegasse a tempo de jantar, desisti. Era uma rapariga bonita. Eu via os rapazes a olhar para ela. Tinha ciúmes, claro, mas sabia que nenhum deles a queria verdadeiramente; e mesmo que quisessem, não me parece que conseguissem impor a sua vontade para que ela deixasse de correr. E quem quer uma mulher que esteja sempre a correr? Uns anos mais tarde, quando já conduzia, resolvi seguir a mulher. Tentei falar com ela, mas também não me respondeu. Resolvi parar o carro e correr ao seu lado. Disse-me olá, como se apenas me tivesse visto agora. Não consegui parar de olhar para o seu sorriso. E depois apercebi-me de que nunca a tinha visto sem ser a sorrir. O único sorriso verdadeiro que vi em alguém. Perguntei-lhe porque é que corria, porque é que não parava um pouco. Porque ao correr estava feliz; se parasse não estava, portanto só quando estivesse sem forças é que pararia. Depois perguntei porque é que isso a punha feliz. Ela respondeu apenas que o sítio onde se está nos esgota, a felicidade está sempre à nossa frente, e por isso ela corria para ela. Numa última pergunta, quis saber porque é que se a felicidade está sempre na ida, porque é que ela ficava nestes anos todos sempre perto de casa. Ela olhou para mim e disse que estava à espera que alguém a acompanhasse. Fiquei sem forças e tive de parar; ela continuou. Nunca mais a vi, desde então, mas tenho corrido todos os dias para ganhar forças para ir atrás.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

xenomorfos no cinema português. 04/2011

Quando ninguém nos lê há uma liberdade inerente para resolver o que se quer exprimir. O problema é quando não se antevê qualquer assunto, ideia ou conceito que mereça sequer ser referido.
Agora que me lembro, esta noite já foi a segunda em que a meio do sono acordo com uma tosse irritante, daquelas que desce às profundezas dos pulmões e os põe a arder, em troca de alguma expectoração. Mas porque é que durante o dia esta situação está controlada e é precisamente à noite, a meio de um daqueles sonos REM que misturam voo com outras fantasias menos discutíveis, mais selvagens, que o meu organismo se lembra de convulsar? Lembro-me agora de que não sou fã de perguntas sem resposta, portanto se alguém souber efectivamente uma razão para tal fenómeno, por favor indique-me qual.
Outra coisa; já que não tenho assunto interior para abordar, para além dos meus já referidos pulmões, recordo-me de ontem ter visto o programa "Os culturistas" do canal Q com o convidado especial sendo nada mais nada menos que o realizador João Botelho. Admito que não entendo a irritação daquele senhor. Não falo sequer do facto de ser um programa que aborda a cultura com humor, mas apenas porque claramente a posição anti-entretenimento dele ser tão forte e intrínseca que é impossível sequer qualquer discussão. É frustrante pensar que há pessoas em Portugal que dizem que há vários tipos de cinema, que as pessoas têm a liberdade para fazerem o que quiserem, mas depois ataca uma possível corrente comercial em Portugal. É talvez o primeiro a dizer que o cinema nasce com o entretenimento e é claramente fã do cinema de Ford e de outros autores do cinema clássico americano, mas está tão fechado à ideia do cinema como arte e vanguarda modernista que parece não ver os seus próprios filmes e acha que por incluir técnicas de outras artes dentro do seu cinema, que o poderá fazer uma obra-prima além-fronteiras. O chiaroscuro, Sr. Botelho, está ultrapassado enquanto ponto de originalidade e por si só não vale nada. Veja o "Nightwatch" do Peter Greenaway e aprenda. Mas mais que tudo, aquilo que tem de aprender é alguma modéstia; todos sabemos que já passou por muito a lidar com pessoas horríveis e corruptas do cinema português, pessoas essas que deviam estar presas há muito tempo em vez de ganharem dinheiro para os jaguares e pó de "arroz". Mas o sonho de quem fala do cinema português enquanto marasmo é porque olha para o cinema dinamarquês, japonês e coreano e vê como possível uma ligação da arte com boa história e entretenimento e sim, sonha com uma pequena indústria que o senhor, com muita razão, diz não existir. Porquê tanta irritação? Eu acho que está irritado, porque se houvesse uma indústria auto-suficiente e o ICA deixasse de existir, havia muita gente que deixaria de fazer filmes. No entanto, se o que diz acerca dos filmes portugueses saírem e serem bem vistos lá fora com resultados é verdade, sem dúvida que continuariam a ser feitos.

Ai que agradável não seria que o João Botelho lesse isto.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

faceoff. 04/2011

Dou por mim às vezes a pensar que chega a ser ridículo apercebermo-nos de que todos temos dois lados profundamente opostos ou pelo menos à primeira vista incompatíveis. Dou por mim num dia tendo discussões acerca de política ou arte, para no dia seguinte falar de futebol e do Modern Warfare (sim, o único no qual ponho letra maiúscula). A mesma coisa quando penso no valor independente do indivíduo, embora eu próprio seja comunista ou finalmente como por detrás da minha assumida dependência pela lógica, acabo por admitir acreditar no que a maioria das pessoas pensa como "destino". Sim, acredito. Não pelas grandes coisas, os grandes acontecimentos, momentos marcantes; pelo contrário. Ontem, quis comer juntamente com uma taça de morangos, um pouco de chantilly. Tinha no frigorífico uma daquelas latas altas que me ofereceram há uns tempos na rua para propagandear a marca. Já ontem sabia que o prazo de validade já estava há muito expirado, mas podia ser que o produto ainda tivesse as suas qualidades intrínsecas intactas. Mal tirei a tampa, reparei nos vestígios de bolor acoplados às paredes, mas quando olhei para a ponta da lata, no orifício de saída, assustei-me com a crosta negra espessa e compacta que se tinha formado lá. Meramente por motivos lúdicos :p, decidi ainda assim carregar no botão. E qual não foi o meu espanto quando o chantilly saiu branquinho de dentro da lata. Toquei com o meu dedo na substância e levei-a à boca. Parecia óptimo. Depois olhei para a data de validade. Dizia 13/09. Depois de me rir interiormente pensei para comigo: "Isto de certeza que está estragado" e deitei a lata fora. Quem por ventura ler isto sem fazer ideia desta data, pode acreditar que era algo importante para mim até há pouco tempo. Existe um destino, mas nunca faremos ideia do porquê destas coincidências.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

demasiado comprido e tenho sono. bear with me 04/2011

Não consigo descortinar se será positivo ou não o facto de me dar prazer estar à frente do computador a pensar em coisas já pensadas e escrever coisas já escritas. Como eu detesto repetir-me. Mas actualmente é capaz de ser a única coisa que a muito curto-prazo me faz sentir uma possível ilusão de utilidade ao criar. Sim, criar pode ser uma palavra demasiado forte, chamemos-lhe de traduzir uma linha de pensamento. No fundo não estou a criar nada. Mas às vezes os nossos atributos e desejos têm uma vontade própria. Eu próprio não quero estar a escrever agora e sentir o mínimo de prazer com isso, trazendo a quem, coitado, tem a paciência e a boa vontade de ler isto, ainda mais tristeza e desilusão, para além de um enorme aborrecimento e ódio pela inutilidade que algumas palavras podem atingir. Para esses, deixo então um pequeno conto.
Era uma vez uma pequena rapariga. Desde cedo que esta rapariga tinha um enorme gosto. Adorava dizer às pessoas o quanto gostava de subir coisas, fossem árvores, rochedos, casas. Andava sempre com uma corda atrás, na qual fazia um laço e a qual atirava, prendendo-a de forma exacta e apertada aos objectos que achava capazes de a ajudar a subir. Que momento maravilhoso para ela aquele em que o nó do laço se deslocava e forçava a corda a ficar tensa nas suas mãos! E que êxtase era subir por essa corda! Um dia, ao tentar subir uma encosta mais íngreme, sem pontos para onde pudesse atirar a corda, e já depois de muito tempo amuada com a decisão de ter de regressar, a rapariga acaba por ver uma cabra selvagem. Havia algumas por aqueles lados... Vivem precisamente nestas encostas, e sobem e descem-nas diariamente. A cabra, quando a vê, começa apressadamente a subir a encosta. Neste momento, sem pensar, a rapariga atira o seu laço com toda a sua força e consegue prendê-lo ao pescoço da cabra. Que maravilha! Aí estava a corda tensa, mais uma vez, e ela a subir a escarpa, sem se esforçar, meramente a ser puxada pela cabra até ao cimo do monte. Chegada a cima, a cabra desapareceu. Em vez dela, uma presença semi-trasparente era o que agora se aproximava. Essa presença disse-lhe que lhe daria algo ligado à coisa que ela mais gostava. No dia seguinte, a rapariga acorda com uma corda presa a cada dedo da sua mão. Cada uma com um laço na ponta. A rapariga fica felicíssima. Regressa à encosta e vê mais algumas cabras. Sem sequer pensar, as cordas lançam-se aos pescoços das cabras, que desatam a subir a encosta e a rapariga, mais uma vez fica envolta no que é para si a maior sensação do mundo. Mas desta vez a rapariga não se deixa ir. Prefere sentir ao pormenor o quanto a corda estica e depois, sim, quando já não lhe restam forças, as cabras levam-na pelo ar. No dia seguinte, a rapariga decide ir por outro caminho, por onde nunca foi. Para sua desilusão, não encontrou nada que subir, era tudo plano. Começa a chover. A rapariga vê ao longe algo, um grupo de animais. Ao aproximar-se, vê que são cavalos. Mais uma vez os seus dez dedos esticam-se com um rápido reflexo para eles, e prendem-se aos seus pescoços através das cordas. Durante todo o dia a rapariga foi pelo ar, puxada pelos cavalos, e nunca tinha sentido tremenda felicidade.
No dia seguinte, a rapariga ficou doente. A sua mãe ficou a tratar dela e ia levar ocasionalmente comida ao seu quarto e medir-lhe a temperatura na testa. A rapariga entretanto dormia. Sonhava com tudo o que lhe tinha acontecido em três dias e ansiava pelo futuro. Revia a primeira cabra, como ela a puxava pela encosta, no esforço que fazia. Mas a imagem que via mais era a do pescoço do animal, com a corda bem esticada em redor e ligada às suas mãos; depois os pescoços das outras cabras ligados aos seus dedos e o quão tensas as cordas estavam enquanto não se deixava ir; depois os cavalos, todo aquele poder preso a si nos seus dedos; depois revia um tronco de uma árvore ao qual atirou o laço, uns dias antes e ouvia o som do nó a prender-se; e depois uma pedra saída de uma parede...revia todos os sítios onde prendeu as cordas. Nesse momento acordou, sentindo a necessidade de prender-se a outra coisa. Mas ao seu lado já estava a sua mãe, caída, com as dez cordas ao seu pescoço, morta. Foi nesse momento que a rapariga percebeu que nunca tinha gostado de subir coisas, gostava apenas de as apertar.
E tu, tens a certeza do que gostas e queres fazer ou és apenas uma rapariguinha sádica?

num dia, um louco alegre. 04/2011

Já tentei proporcionar aos meus abstractos leitores uma espécie de distorção de ocorrências mediáticas do quotidiano, de certa forma resultando sempre não num artigo de opinião, mas numa clara divagação para fora dos trâmites dos referentes e para dentro da minha pseudo intelectualidade assumidamente barata e mais que isso inútil. Restava-me portanto quedar-me pelos pequenos artigos enigmáticos, que poupariam não só o meu tempo e dos leitores, mas o espaço de leitura do meu ainda lutador blogue. Se há algo que nunca farei é separar uns dos outros. Que a tristeza coabite com a alegria, a profundidade com a superficialidade, esse é o meu lema. Porque o apocalipse é feito dos dois, de altos e baixos, liberdade e de limitação. Têm dúvidas? Como não saberão vocês que me lêem que o fim dos dias está mais próximo do que se espera? Desastres naturais, profecias antigas, guerras desnecessárias...quanto tempo mais poderá o armagedão ser adiado quando há guerras que são criadas como se compra pastilhas elásticas num quiosque, porque se tem um "sweet tooth". A tristeza é que a actual guerra na Líbia é claramente a mais ridícula guerra mediatizada a que assisti. Se é legítima? Não mais nem menos que todas as outras. Mas é mais uma guerra sem combates, com avanços e recuos e jogos de artilharia, em que aparentemente a maioria dos mortos é civil e vítima de bombardeamentos azarados. Se a realidade fosse aquilo que se vê na televisão, diria que um segmento expressivo da humanidade enlouqueceu; que nesse mundo não há respeito, não há palavra, não há honra, não há já sequer instinto de sobrevivência. Está tudo com vontade de morrer, no mundo da televisão. E morre-se precisamente pela liberdade, apesar de não se falar de mortes na linha da frente, pelo menos naquelas que se esperaria de uma guerra civil.
Generalizando a forma como rapidamente as guerras brotam nesta terra de gente é que rapidamente chego à conclusão de que não durará muito até que alguém se lembre que tem um botão na sua escrivaninha, um bem grande e vermelho. E quando isso acontecer, já não haverá retorno. Não me parece que as pessoas têm a noção do poder destrutivo a curto, médio e longo prazo, de uma arma nuclear. No entanto, está tudo preocupado com a situação no Japão, comparada rapidamente com a de Chernobyl.
Mas ninguém parece antever esse alguém que se lembra do botão vermelho. No dia em que as cidades e florestas se transformarão em desertos, e em que os desertos se converterão no destino de muitos. Se acham que a morte poderá trazer a liberdade, então aclamem esse dia, rezem para que esses líderes sejam ainda menos dignos de governar que aquilo que aparentam. Aí está, agora sem dúvidas, a alegria no apocalipse e o sabor agri-doce, que no fundo é apenas e só amargo. Sim, na realidade da televisão, o mundo já teria morrido. Não pensem nisto, durmam bem.

"...what in me is dark illumine, what is low raise and support..."

sábado, 2 de abril de 2011

noite amarela. 03/2011

O rapaz pára de escrever. Esgotou tudo o que tinha por hoje, os seus dedos encontram-se vazios depois de mais de três horas a bater num teclado. Apesar de tudo, o resultado não foi mais de uma página. Fica a pensar qual terá sido o tempo total que terá gasto no seu anterior e primeiro livro. Isso dá-lhe vontade de escrever mais. Mas onde e para quê? Não. Amanhã será outro dia. Por agora talvez seja melhor tentar descansar. "Tentar" porque usualmente não fica mais de quatro horas na cama, apenas duas delas a dormir. Poderá ser que as outras pessoas não pensem tanto quanto ele? Ou é o seu cérebro que anda cinco vezes mais veloz que o dos outros. Depois pensa também nas consequências disso. Com os seus dezassete anos, fica já com receio de uma morte antecipada, que os seus nervos não durem mais de um quarto de século. Que pavor de envelhecer. É já depois de desligar o seu pequeno portátil e de se deitar na cama que reflecte agora sobre o seu futuro. Escrever, escrever, escrever, escrever, escrever, escrever. Haverá mais que isso na sua vida? Pois claro que sim, que pergunta absurda. Há o ler o que escreveu, para começar, e há o ligar e o desligar do computador, o abrir e o fechar do programa e o dormir, evidentemente. E há também a escola e os conhecidos, os seus amigos e os seu pai. E há o mundo. O dia triste e a noite que passa sempre no mesmo sítio. A noite que vê amarela desde a sua janela. Desde quando é que ela é assim? Um cadáver. Assassinada pelas luzes. E ainda se interroga do porquê de não conseguir dormir. Poderá ser que as outras pessoas não pensem tanto quanto ele? E se ele não acordar, quem pensará nas coisas então? Nas nódoas de iogurte ressequido no chão da sua secretária e no verniz estalado por baixo delas, na textura das suas calças de pijama de polar, agora já cheias de borbotos, que alguém mais impaciente já teria tentado arrancar. No mosquito que o chateia nas noites de Verão e na borboleta que o segue, de asas cor de laranja e azuis, e o arranca do ar, consumindo-o e assim salvando o rapaz do seu irritante zumbido. Mas que borboleta é esta, que parece feita de papel, presa entre os dedos de uma rapariga. Que é que ela quer, salvá-lo ou tê-lo só para ela? Destruí-lo ela própria, essa cruel borboleta, pior que o pior dos mosquitos...? Que alucinação. Ele pensa compreender que sonha, que detém o controlo, e corta os dedos que seguram a borboleta, e prende-a entre o seu anterior e primeiro livro, no capítulo nono. E em que doce sonho se converterá agora esta noite. Um sonho em que se levanta e escreve, mas escreve sem pensar.
Sete horas depois acordará, sentar-se-à na sua cadeira em frente à secretária e escreverá. Nesse dia conseguirá chegar às oito páginas.E mais tarde, um dia, não escreverá mais. Morrerá antes de completar vinte anos, sem ter acabado o seu livro.

terça-feira, 29 de março de 2011

Alguém me deu uma ideia. 03/2011

Então é assim, no outro dia, um amigo meu, depois de ler um deveras extenso devaneio meu neste blog, afirmou que tinha ficado com receio de que eu entrasse numa determinada temática gastronómica que pessoalmente creio se tornará a maior sensação desde que os hamburgueres passaram a ser feitos mesmo com carne de vaca (ou será ao contrário...?). Se falo dela aqui neste blog, é porque estou confiante de que as pessoas que lêem o que escrevo são seguramente menos de 5, incluindo eu, e que não têm quaisquer ambições no negócio da restauração. Para não adiar mais o suspense, trata-se do que eu e um amigo denominámos de SushiBurger. E antes de descartarem esta ideia só porque a junção destes dois elementos parece completamente desajustado, peço-vos que parem um momento para ponderarem no potencial explosivo desta mistura. A junção entre o exótico e tradicional oriente e o moderno e suculento rei da comida fastfood. Algo que no vosso prato estará a sorrir para vocês com um "duh, winning" soprado entre os dentes. Já me perguntaram qual seria o aspecto desta fusão surpreendente de gastronomias e em relação a isso devo admitir que não tenho rigorosamente uma ideia estabelecida. "Mas terá carne de vaca no meio de arroz ou salmão cru no meio de pão?" Pois...não sei. Sabem, às vezes as ideias são tão grandiosas que vê-las materializarem-se acaba por não ser o caminho certo para elas. E isto é tão verdade para o minha co-ideia de SushiBurger, como infelizmente para quase qualquer coisa que eu escreva para fazer parte desta grande tradição que os portugueses têm que se chama o cinema português (com letra minúscula, obviamente). Mas voltando à comida, só tenho a dizer que se as pessoas gostam de uma pequena invenção também aparentemente tola chamada sushi alentejano, será assim tão disparatado que um SushiBurger tenha também o seu pedaço de sucesso. A única coisa que não terá influência nenhuma japonesa será necessariamente a sobremesa, porque, vamos lá ser sinceros, quem é que já comeu uma sobremesa japonesa e regressou ao mesmo sítio para voltar a comê-la.
Hey, João tiveres outros temas que queiras ver explorados é só usar a "comment section BELOW". Ah e qualquer outra pessoa também, esteja à vontade...

"...what in me is dark illumine, what is low raise and support..."

quinta-feira, 24 de março de 2011

sair. 03/2011

Pais que vêem os filhos em casa na idade em que eles já tinham casado e tido o segundo filho. Filhos que desejam mais que tudo sair de casa dos pais, mas sem a segurança para tal. O respeito que deixa de haver quando não se tem emprego. O indizível compromisso com um filho desempregado e a sua mesada. O orgulho de um diploma que não pode ser exercido. O estado do país como justificação. A vida que, de tão cheia, se torna vazia, e pequena e concentrável numa discussão. Isto não é um jogo. Não há regras; só expectativas. Quando há problemas, fala-se; se não falo, é pelo exemplo que tive. São palavras que não se dizem e passos dados que não se retiram. A minha vida não é a tua. Só quero sair; alguém me deixe sair.

Mais letras. Entre terramotos e S. Bento 03/2011

Ok, pegando num tema completamente aleatório, vamos falar de sushi. Mas não de um sushi qualquer, vamos falar daquilo que dentro do meu grupo de amigos chamamos de "sushinês". Para quem não percebe é a junção de duas palavrinhas, tal como a palavra "Beararism" resulta de "Bear" e "Terrorism". Basicamente falamos de um restaurante de comida japonesa, limitada a sushi, simultaneamente com elementos gastronómicos chineses, gerido por chineses. Actualmente este negócio deve vir em segundo lugar nas actividades dos imigrantes chineses em Portugal - falo apenas pelo que vejo, não por ter dados do Instituto Nacional de Estatística, cabe a vocês ponderar qual dos dois é mais verosímil - a seguir ao tradicional bazar chinês, ou como na rua normalmente se designa, apenas "o chinês". Não é que eu seja contra qualquer um destes ramos de actividade, antes pelo contrário; ignorante como sei que sou, não detecto a diferença aparentemente colossal entre os produtos comercializados por essa grande gente do oriente e os de supostamente melhor qualidade, para que justifique pagar cinco vezes ou mais o preço delas. Deixo desde já bem explícito que estes produtos chineses são para quem, das três uma: ou não tem dinheiro para mais; ou apenas precisa de algo que faça o trabalho e que não dure depois disso; ou, mais importante, e no grupo onde me insiro, goste de viver na ilusão. Ilusão de que não penso que a comida nos sushineses não é inferior à do mercado de Tóquio, e que as mulheres bonitas nos restaurantes não odeiam trabalhar num restaurante que imita uma cultura que invadiu o país deles e ainda os olha com desrespeito (mas, com esse raciocínio, que cultura estrangeira é que os japoneses respeitam afinal?). Pois eu gosto da comida e portanto não me preocupo com o resto; só nestes momentos em que me dá vontade de escrever coisas que ninguém, para além do João, se tiver paciência de chegar até esta linha - e nesse caso peço o favor de aguentar umas mais, porque pode não parecer mas este texto tem uma linha de pensamento, lerá. E, ou muito me engano, ou cada vez mais as pessoas frequentam esses estabelecimentos. Ainda assim, ao mesmo tempo, na opinião pública os sushineses ainda são capazes de ofender as camadas mais susceptíveis da população, sejam aqueles que nem sequer admitem provar peixe que não seja cozinhado, seja aqueles cuja situação económica os permite usufruir do "verdadeiro" produto, ou apenas aqueles que menosprezam tudo o que é chinês. Neste último ponto estou claramente a falar dos políticos. E porquê? Em primeiro lugar, todos crêem que são modernos, portanto devem gostar de sushi. Em relação ao dinheiro, se estão no governo ou assembleia, é sinal que não estão a ganhar rios de dinheiro como ganhariam ao serviço de privados; finalmente e também para suportar este segundo ponto, já ouvi falar de cortes a tudo, menos aos empregados do Estado mais bem favorecidos, portanto eles já devem ganhar mal. Ora se mesmo assim não vemos a nossa classe política nos Osakas, Nagoyas, Tokyotos, Samurais, King Sushis, Hiroshimas, Nagasakis, Sakuras, ou eles pedem Take-away para comerem em casa sem vergonhas, ou afinal estão no Aya, e não falo com dor de cotovelo (está bem, talvez um pouco). E depois comecei a pensar, como o meu diabrete comunista que tenho sempre no meu ombro direito sempre quer. Portanto imaginem o que tenho no meu ombro esquerdo (o_o). Mas comecei a pensar porque é que existem sequer restaurantes e lojas deste tipo, se quem manda no país nem sequer as usa. Se eles não as usam, porque é que nós havemos de as usar? Porque é que o que é bom para nós não é bom para eles e vice-versa. É claro que isto tem uma resposta simples, mas por muito que eu admita que gosto de coisas simples, não posso evitar ser um "sucker" por coisas complicadas. Portanto o que eu acho é que o nosso próximo primeiro ministro, Platão ou Esquilo (não confundir com Ésquilo, é um pun propositado), ou começa a ir a sushineses e a ter lanternas chinesas em casa, ou está claramente na hora de uma revolução. E nesse caso, quem deveria governar este país morbimental (sentimentalmente mórbido ;) ). Pois bem, a resposta é demasiado simples, aqueles que têm o crescimento económico mais favorável, ou seja, os chineses.

Pois bem, João, agora já acabei este desabafo estupidiota, é para não dizeres que não faço nada.
Peace.
"...what in me is dark illumine, what is low raise and support..."

escrever, sem mais nada para fazer. 03/2011

Já sentiste alguma vez uma vontade simples de escrever, apenas escrever? Mesmo sabendo que não o mostrarás a ninguém e por consequência ninguém te dará a sua opinião, ou fará comentários e críticas mais ou menos adequadas, ou palmadinhas no ombro ou uma palavra de desprezo. Mas que egoísmo...Que acto de profundo distanciamento. Não? Mas não será sempre para ser lido, aquilo que escrevemos? "Por nós"? Sim, claro, mas leio-o ainda antes de estar escrito. Não. É o medo, como sempre o foi. O medo de ser julgado; aliás, primeiramente, é o medo de poder ser conhecido. Que piada tem se nos conhecem, se somos um livro aberto para quem nos quiser ler? Sim, esse é o primeiro medo. Hoje em dia, há um outro medo - o medo de não ser aceite. "Não vou escrever isto, já é visto, é foleiro". Há demasiada informação para que não haja de forma involuntária um sistema qualquer de "gosto" e "não gosto" de determinada coisa. Perdeu-se o respeito pelas coisas feitas, pelas coisas ditas e finalmente pelas coisas pensadas. E todo o discurso que ouvimos é rigorosamente o mesmo, porque tem de ser um discurso aceitável e "fixe". Se há palavra que neste momento mais odeio é a palavra fixe. Fixe é para todos aqueles que têm medo, que não querem olhar para o resto, para o que vai para além do aceitável e superficial. É o processo de transformação das pessoas em rótulos. "Ai ele é fixe, gosta desta banda", "Ai ela é fixe, prefere cenouras a maionese" ou "Temos o mesmo filme preferido, isso é tão fixe". Isso não é fixe, isso é gostos e medos. Porque a partir do momento em que gostamos de alguém ficamos presos à ideia de que temos de ter coisas em comum, algo para partilhar e a partir do qual possamos construir. Aí está uma grandiosa ideia, construir a partir do medo, uma paliçada que se destrói ao primeiro ataque. Desde há bem pouco tempo trocaria os gostos e coisas em comum todas do mundo, por algo melhor, por algo sem medo, sem aflição. Para construir, mas não uma paliçada, nem sequer um castelo, porque também eles eventualmente caem, mas apenas uma casa, por muito temporária que seja.
Espero que isto faça sentido para mais alguém que não eu, mas uma conversa que começa com o acto de escrever e acaba em construir casas no sentido figurado pode tornar-se no mínimo enigmático e digno de ser rotulado com as duas palavras menos úteis da história das letras, quando juntas - não gosto. Mas se for esse o caso contigo, respondo-te com três das palavras mais úteis - vai pó caralho. Obrigado e boa noite.

terça-feira, 15 de março de 2011

fuck off. 03/2011

I don't care I don't care
I'm just happy being there
when you stop stroking my hair
do you think I'm unaware
I don't care I don't care
eating lunch in underwear
give me please something to share
don't you make me lose my flair
I don't care I don't care
for such an answer to my prayer
when I'm feeling so bare
Oh I wish I didn't care

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

futuro 02/11

para mim é sempre difícil dizer adeus
por mais que tente e mais que queiras
olho para o teu joelho que era meu
e sinto-o nú, à sua maneira.
um toque há muito perdido
em ti há séculos fugido
e ainda as tuas palavras despreocupadas
me magoam, desajustadas
e mentes contra toda a evidência
pois então que se lixe
como pode a perfeição entrar em concorrência
com alguém que é fixe?

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

demasiado 2/2011

quando penso em ti
parece que morri
como alguém que conhece
sempre esquece
mesmo que refletido
está partido

Dúvidas, perguntas ou questões. 2/2011

Ontem o sol não despertou
Tenho frio
Resta-me esperar pelo amanhã.